Gostava de fazer uma publicação fofinha, motivadora, onde afirmava que o
ano que se aproxima seria espetacular, e que teriam toda a sorte do mundo desde
que usassem umas cuecas azuis, comessem 12 passas, batessem com os tachos e panelas
e usassem o pé direito para a entrada do ano. Bom, mas a verdade, é que não é uma noite, um jantar
ou um brinde com champanhe que irá mudar radicalmente o rumo da nossa vida. É
que nem nos safamos com as cuecas azuis, as passas, os tachos e panelas ou o
nosso pé direito.
Derrotista?
Talvez. Acho apenas, que estou a ser pragmático. Sim, pragmático. Não é a passagem
do ano, que ocorre de um dia para o outro, que produzirá alterações. Não é
assim tão simples, nem básico, até porque se recordarem de anos transatos,
contabilizem lá quantos objetivos foram cumpridos e quantos ficaram pelo
caminho. O que pretendo dizer, é que as mutações que pretendemos imprimir no
nosso destino, têm de ser forjadas todos os dias, todas as semanas e todos os
meses. Sim, eu sei que já pareço um guru de autoajuda com este discurso, mas não
deixa de ser verdade.
Poderemos até
dizer, que a passagem do 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro, é uma meta, um
ponto de partida para construir algo – e aí até percebo, mas se no dia 2 de
janeiro, ou no mês seguinte, ou no quarto trimestre ainda estivermos à espera
de arrancar com alguma coisa, a passagem do ano é totalmente indiferente. Por
vezes, mais relevar esta altura e começar tudo noutro dia qualquer. Sei lá, parece
que existe uma obrigação qualquer de todos começarmos ao mesmo tempo, de termos
o mesmo ritmo e de querer mudar tudo e mais um par de botas. Mais do que objetivos,
parece-me a altura ideal para balanços.
Mas seja como for, e para não facilitar o mau agouro, pelo sim e pelo não,
vão lá vestir umas cuequinhas azuis (lavadas!), meter umas passas debaixo da língua,
bater nuns tachos e panelas, meter o pé direito a jeito e deixar que 2019 produza
alguma mudança positiva.
Feliz Ano Novo!
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