Primeiro devo esclarecer que gosto de sushi. Segundo (e talvez o pormenor mais importante deste introito) uso talheres quando o como.
Sim, eu sou aquele cromo que deixou a nave espacial na reta de Coina, e que no
restaurante é o único que não utiliza “pauzinhos”. Sim, não escondo essa
condição, não procuro que a sociedade me aceite como sou e sinceramente isso
não me tira o sono. Portanto, como diz o outro “badamerda”. Mas adiante.
De quando em vez, o meu metabolismo pede coisas
especiais. Diferentes. Fora da rotina. Fora da Santíssima Trindade dos espinafres,
arroz thai e peito de frango grelhado. E quando isso acontece, não tenho outro
remédio a não ser satisfazer o que o corpinho pede (exige, vá). Uns dirão que são carências,
outros desejos, e as más-línguas que estou grávido - embora aqui exista sempre uma impossibilidade genética, logo não vale a pena sequer formular esta hipótese.
Créditos: Piolhito Nervoso
No seguimento do explanado, e com o objetivo já delineado,
desafiei alguns amigos meus para ir jantar fora. Das opções disponíveis (considerando
o orçamento estimado, a distância a percorrer e o estacionamento), optámos pelo
sushisan no Saldanha, e contrariamente ao que estava à espera, o local estava demasiado
cheio para uma quinta-feira à noite. Ainda assim, conseguimos uma mesa aconchegante
para quatro pessoas, junto à caixa registadora e ligeiramente na corrente de ar da porta de entrada.
Créditos: Piolhito Nervoso
Dizer que o serviço da sala é bom (ou mau), depende
sempre de quem nos atende. Ou seja, por vezes temos uma má experiência e dizemos
que o serviço foi mau, mesmo quando 99% de utilizadores afirma que é excelente,
e vice-versa. Como em tudo na vida, a perceção que temos das coisas (e das
pessoas), depende muito da nossa interação com elas. No presente caso, embora se possa afirmar, que numa primeira abordagem a “coisa” não correu assim tão bem, porque
chamámos uma empregada que nos perguntou “se conhecíamos a casa”, e à nossa
resposta negativa, ela desapareceu como por magia, a segunda tentativa
correu bem melhor, não existindo nenhum reparo de maior a produzir neste ponto.
Créditos: Piolhito Nervoso
Mas adiante, vamos lá ao que interessa:
>> Do serviço disponível, à carta, ou rodízio
gourmet, escolhemos este último, onde por 17,90€ (ao jantar e sem bebidas, café ou sobremesa) conseguimos
apreciar uma quantidade considerável de sushi e sashimi, na condição de se
poder repetir, continuar a comer sem restrição aparente ou pecar através da
gula sem fim à vista. Pelo menos, no nosso caso, não houve nenhum problema nessa
especificidade “contratual” e até tivemos que parar antes que provocássemos um
bolçar coletivo ali no meio da sala.
>>De entrada comemos a já tradicional Miso
Shiru (que me soube pela vida porque estava cheio de fome) e aqui não
houve opção. Ou é, ou não é. Aliás, na modalidade selecionada (rodízio gourmet)
não existe escolha possível. É trazer se faz favor, trazer se faz favor e trazer se faz favor.
>> Depois, começou o festim. O drama (em bom).
O horror (em muito bom). Sushi e sashimi por todo o lado (e sim, a minha pessoa
continuava a utilizar talheres de metal), carregado de frescura, variedade e de
excelente qualidade. Umas peças mais a gosto, outras a menos (aqui joga meramente
a questão pessoal), mas tudo muito bem confecionado. Bom, já sei que os puristas
me dirão que o verdadeiro sushi e sashimi blá blá blá, que a frutinha é para meninos, blá blá blá, mas olhem, a pureza já
não dá cartas faz tempo, e eu de signo não sou virgem, sou gémeos.
Espaço/Ambiente: [meh] [não sei] [dá para o gasto] [bom] [genial]
Serviço: [chamem a polícia] [ainda têm que aprender] [simpático] [bom] [excelente]
Qualidade dos produtos: [de fugir] [escapa] [nham nham] [quero mais] [divinal]
Preço: [€] [€€] [€€€] [€€€€] [€€€€€]
A voltar: [não] [talvez, mas não tão cedo] [a pensar nisso brevemente] [sim] [sim, oh sim]
Saber mais:
www.sushisan.pt
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