Longe vai o tempo, que adorava
fazer anos e planear festas de aniversário. Quando somos putos, vemos as coisas
de forma diferente, mais inocentes e descontraídas, onde aproveitamos as comemorações
de vida, de uns e de outros, para prolongar as nossas brincadeiras com os
colegas de escola o mais possível. Depois, com o avançar [demasiado rápido] da nossa
modesta cronologia, aparecem os exames da escola preparatória e secundária [que
no meu caso incidiam quase sempre no meu dia de anos], as frequências da
Faculdade, os estágios, as férias, os compromissos profissionais e a falta de
vontade em organizar estas coisas mais comemorativas.
Para ajudar ainda mais à “coisa”, ou seja, de querer organizar algo
mais pessoal, o facto de fazer anos a 12 de junho não é grande coisa – ao contrário
do que muitas pessoas possam pensar – porque a malta quer é ir para os Santos
Populares em Lisboa, ou então, aproveitar o feriado de 13 de junho para ir de
férias. Mas também assim, consigo pegar nos pais e ir jantar fora descansado e
fugir dos eventos mais populosos.
Não deixa de ser verdade também,
que já não tenho muita paciência para organizar grandes coisas, e acabo por optar
por encontros mais pequenos e intimistas, deixando ficar muitas das vezes, o ónus
do planeamento, do lado dos amigos. E não posso deixar de sublinhar, que a
partir dos 30, cada aniversário transforma-se apenas em mais uma data, que vai eliminando
etapas para a reforma. Portanto, não é de estranhar, que nos últimos anos as
comemorações do meu aniversário se tenham espartilhado, adotando uma escala
mais pequena e compartimentada, traduzindo-se em diversos almoços, jantares,
cafés e lanches, que podem durar quase todo o mês de junho. Estás a ver Lili
Caneças, como é? #aprende
Créditos: Piolhito Nervoso
Não quero estar aqui a escalonar
o jantar A, face ao almoço B, ou ao café C, até porque os meus amigos estão
todos no mesmo patamar, mas por causa de um “ultimato” que recebi, e cujos
termos eram “para existir prenda, tem que existir um jantar de aniversário” [e como
toda a gente sabe que sou muito materialista, tive que anuir – mentira,
mentira, não sou nada], acabou-se por me trazer à memória, algumas festas de
aniversário que os meus pais me organizavam quando era miúdo [quando achava que
o estrangeiro era uma nação enorme], e muitos dos sabores de infância que
julgava já perdidos [ou pelo menos distantes].
Créditos: Piolhito Nervoso
Lembro-me bem dos “Caprisun”
[quem não se lembra?], dos “Compal de Pera” [que me acompanhavam nos
passeios da escola], do “Bongo” [o bom sabor da Selva], do sumo de groselha [que
pintava os lábios], da mousse da "Alsa" [de pacote, obviamente], dos pães pequeninos
feitos na padaria da “Madrinha Velha” [com fiambre ou queijo], das “Bombocas”
[com os diversos sabores], das tortas da “Dancake” [ai a de morango, de morango!], do "Coca-Cao" [vício], das pastilhas “Gorila” [que nunca me “ensinaram” a fazer balões]
e de tantos outros “petiscos” que faziam brilhar os olhos de qualquer petiz.
Créditos: Piolhito Nervoso
Créditos: Piolhito Nervoso
E como dizia o outro, "recordar é viver". Ou isso, ou estamos a um passo de ir para o lar.
Créditos: Piolhito Nervoso
Uma festa original para uma ocasião especial.
ResponderEliminarSim, uma festa diferente para relembrar os 38! ahahah
Eliminar