Já diziam os nossos antepassados,
que ano novo, vida nova, e apesar de estarmos apenas a passar de um dia para o
outro, a barreira psicológica de deixar uma etapa para entrar num novo ciclo,
empurra-nos para novas resoluções, novos objectivos e novas estratégias, que nos
ajudem a crescer enquanto pessoas, provocando momentos de felicidade na nossa
vida. Portanto, é neste período que ocorrem definições de todo o tipo e feitio,
surgem as promessas de regressar aos treinos, de mudar de emprego, de querer ser
mais e melhor, de deixar de complicar e viver mais intensamente, de tudo e mais
alguma coisa, que demonstre ao mundo a nossa evidente mudança. Nestas alturas
fazemos balanços, vemos o que ganhámos e perdemos, e pensamos em como poderemos
corrigir certos acidentes de percurso, que nos desviaram de caminhos previamente traçados. No fundo, queremos demonstrar que nada é estanque e qualquer coisa poderá
ser alterada.
Mas mesmo cientes disso tudo,
sabemos logo de antemão, que há coisas que não podemos mudar. Que há coisas que
não dependem de nós e não estão nas nossas mãos, e que por mais vontade que
tenhamos de modificar, não podemos fazer nada para minimizar essas
circunstâncias, mesmo que estejamos embalados pela mudança do ano. Se no meu
caso, profissionalmente falando, foi outro ano “meh”, em que continuo refém de estímulos
externos que tendem a prender-me a um trabalho que não me satisfaz, e onde
continuo na batalha diária de querer mudar de função, no plano pessoal, vi desaparecer
um amigo num estúpido acidente de automóvel. Se a primeira condição depende de
mim para sofrer alterações, a segunda é um facto consumado, sendo que por mais
planos que elabore, nunca conseguirei mudar. Ficará para sempre no balanço das
perdas. Mas pretendo apenas sublinhar o seguinte: devemos apenas focar as
nossas energias naquilo que podemos projectar no futuro. Naquilo que a mudança
dependa de nós. Naquilo que permita permutar contextos.
A verdade é que não importa o
destino, mas sim o caminho. Não importa a desistência, mas a resiliência que
nos impele a recomeçar, quando percebemos que a “coisa” não está a ir na
direcção certa. Não faz mal falhar. Faz mal, sim, assumir essa falha sem dar
luta. Sem mostrar a nossa verdadeira força. Sem dar a oportunidade de emendar a
mão. O erro não está em querer fazer tudo - e ser tudo - mas sim, no
esmorecimento que nos penetra na pele, nos dias seguintes ao primeiro de
Janeiro. Há que ter realista nos objectivos traçados e verificar efectivamente
aquilo que temos condições de concretizar. Já dizia Mies van der Rohe “o menos
é mais”. E embora a passagem de um dia para o outro, possa não representar
grande de coisa, uma mudança de ano, poderá significar muito, porque poderá ser
o estímulo certo que nos levará a deixar a inércia para reagirmos. Porque por
vezes só precisamos de um clique para nos transformarmos. Para renascermos
perante o mundo. Para sermos felizes.
Bem-vindos a uma nova década!
Que tenham um excelente vinte-vinte, cheio de sucessos.
Que tenham um excelente vinte-vinte, cheio de sucessos.
Bom Ano!!
ResponderEliminarObrigado! Feliz vinte-vinte para ti! Abraço
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